QFestival_juntosemrecital

Dia 21 de Junho, a possibilidade de assistir ao primeiro concerto da nova edição do projecto CRIASONS que teve a primeira edição foi realizada em 2011.

Com o objetivo de promover e divulgar amplamente a música erudita com particular incidência na matriz autoral portuguesa contemporânea, na The English Reformed Church em Amesterdão, pelas 20h15:

JUNTOS EM RECITAL
com
Natasa Sibalic (soprano)
Anne Kaasa (piano)
Alejandro Erlich Oliva (contrabaixista e compositor)

PROGRAMA
JOSÉ VIANNA DA MOTTA (Cidade de São Tomé, São Tomé e Príncipe, 1868 – Lisboa, 1948)
Pastoral Op.10, nº 1 – poesía popular
A estrela” Op.10, nº 3 – João Baptista Almeida Garrett (1799 – 1845)
Canção Perdida – Abílio Manuel Guerra Junqueiro (1850 – 1923)
(Em adesão às comemorações do 150º aniversário do seu nascimento)

ARMANDO JOSÉ FERNANDES (Lisboa,1906 – Lisboa, 1983)
Cinco Prelúdios para piano
Moderato con sentimento
Presto giocoso
Allegro non troppo
Andante con moto
Allegretto

LUÍS DE FREITAS BRANCO (Lisboa, 1890 – Lisboa, 1955)
Três Sonetos de Antero de Quental
A Sulamita
Idílio
Sonho Oriental

FERNANDO LOPES-GRAÇA (Tomar, 1906 – Parede, 1994)
Variações sobre um tema popular português (piano solo)
Dois romances de Armando Rodrigues
Romance das três meninas num laranjal
Romance dos sete cavaleiros

ALEJANDRO ERLICH OLIVA
Pequena Canção e Dança para contrabaixo e piano
(in memoriam Ángel Lasala)

CONSTANÇA CAPDEVILLE (Barcelona, Espanha, 1937 – Lisboa, 1992)
Amén para uma ausência
Versão para contrabaixo solo dedicada a Alejandro Erlich Oliva

AMÍLCAR VASQUES DIAS (Badim-Monção, 1945)
Sem dar por nada (José Afonso)
Soror Mariana-Beja (Sophia Mello Brayner)
Aqui a pedra cai (José Saramago)

ALEJANDRO ERLICH OLIVA (Buenos Aires, Argentina, 1948)
Três canções para soprano, contrabaixo e piano
A Vida e a Morte – Florbela Espanca (1894 – 1930)
Sozinha no Bosque – Marquesa de Alorna (1750 -1839)
Do Dever de Deslumbrar – Natália Correia (1923 – 1993)
(Primeira audição mundial)

Nota do compositor
Pequena Canção e Dança para contrabaixo e piano.
Esta breve díptico está dedicado à ilustre memória do compositor e pedagogo argentino Ángel Lasala. Formador de várias gerações de compositores e intérpretes, Lasala foi meu professor de Música de Câmara no Conservatório Municipal de Buenos Aires “Manuel de Falla, nos já longínquos anos 70. Os dois miniaturais andamentos evocam duas formas musicais populares argentinas: a lenta e triste “baguala” e a espirituosa e saltitante “chacarera”.

Três Canções para soprano, contrabaixo e piano
“Estas canções constituem a minha homenagem – humilde e sincera – a três grandes nomes referenciais da poesía portuguesa dos Séculos XVIII, XIX e XX. Concordo com a opinião de Natália Correia quando afirmava que a poesía não tem género. Por esse motivo não gostava que se lhe aplicasse o termo “poetisa”; para ela, a definição de quem se expressa através daquela arte devia ser poeta, independentemente do género. A minha escolha destas três criadoras do universo poético lusófono é totalmente intencional. A mensagem faz parte do mensageiro. Numa Europa onde, por exemplo na Suíça, o voto feminino na totalidade do território só foi autorizado… já bem ultrapassada a metade do Século XX(!!!) e num Portugal onde só agora, na segunda década do Século XXI está a ser implementada a lei que se digna incluir as mulheres no nobre princípio “Trabalho igual, salário igual”, não está a mais qualquer gesto coadjuvante da luta pela afirmação e defesa da condição feminina.”A vida e a morte” é o primeiro poema de Florbela Espanca, escrito aos oito anos de idade. Em “Sózinha no bosque“, a Marquesa de Alorna exibe um magnífico exemplo de poesia premonitoriamente modernista. “Do dever de deslumbrar” é um dos poemas mais filosóficos da grande escritora e temível oradora parlamentar Natália Correia. O breve mas intenso texto culmina com a comovente afirmação da essencialidade existencial da poesía. Tanto quanto sei, nenhum destes três poemas foi até agora utilizado musicalmente para a elaboração de canções. Esta trilogia vocal instrumental está dedicada – com toda a minha admiração artística – à soprano Natasa Sibalic.”