PROJECTOS EM CURSO
CRIASONS III
CRIASONS - Festival inédito dedicado às tendências da música de câmara portuguesa contemporânea.
Transbordante de energia, ecletismo musical, cruzamentos e interações estéticas e artísticas, a 3ª edição do Festival CriaSons continuará a apostar na criação musical contemporânea, com a encomenda de obras inéditas a reconhecidos compositores do panorama musical português. António Victorino D’Almeida, Carlos Azevedo, Mário Laginha, Pedro Caldeira Cabral e Tiago Derriça serão os anfitriões deste Festival que apresenta 15 concertos, por eles desenhados, que incluirão também obras de compositores emergentes, selecionados em concurso.
Pretende-se resgatar a música contemporânea portuguesa, trazendo-lhe a fluência discursiva e visibilidade mediática que merece, para que ascenda ao mesmo nível de fruição e consumo de que já gozam outras artes contemporâneas.
Esta edição conta com o especial acolhimento do Teatro Nacional de São Carlos, onde serão apresentados, em estreia, todos os programas.
A Direcção Artística do Festival está a cargo do maestro Brian MacKay, que também preside ao júri do Concurso de Compositores Emergentes Criasons. Este ano, os seleccionados são os compositores emergentes são Daniel Davis, Francisco Fontes, João Fonseca e Costa, Luís Salgueiro, Vítor Castro.
PROGRAMA CRIASONS III
1º CONCERTO - 12 NOV
"As Suites Teatrais" de António Victorino d'Almeida
2º CONCERTO - 3 DEZ
"Que Música é Essa? de Mário Laginha
3º CONCERTO - 6 MAI '21
"DesConcertos" de Carlos Azevedo
4º CONCERTO - 27 MAI '21
"Aos Ombros de Gigantes" de Tiago Derriça
6º CONCERTO - 6 MAI '21
"DesConciertos" de Carlos Azevedo
5º CONCERTO - 17 FEV '22
"Tempos E Modos da Cítara Portuguesa" de Pedro Caldeira Cabral
Depois das estreias no Teatro Nacional de São Carlos, os programas prevêm apresentação em Madrid, Figueira da Foz, Almada, Porto, Évora, Ferreira do Zêzere e Tomar.

COMPOSITORES
Compositor, maestro, pianista, escritor, apresentador e realizador. Estudou com Wladislav Kedra, Dieter Weber, Karl Schiske, Friedrich Cehra, Dieter Kaufman e Prof. Koslik. Como compositor, tem uma vasta produção, desde música para piano e de câmara, à música sinfónica, ao Lied e à opera, que o coloca, sem qualquer dúvida, entre os compositores portugueses com mais obras escritas. Bastantes dessas obras foram executadas ou dirigidas em concerto, tanto pelo próprio compositor como por grandes solistas e músicos de câmara e orquestras como a Sinfónica da RDP de Lisboa, a orquestra Gulbenkian, a Orquestra Sinfónica Portuguesa, a Nova Filarmonia, e Orquestra Metropolitana, a Orquestra Sinfónica de Biena, a Orquestra de câmara da Filarmónica de Viena, a Orquestra da ORF e diversos agrupamentos sinfónicos ou de câmara de Paris. Além disso, compôs mais de duas dezenas de músicas de cena, para os mais diversos teatros, em Portugal e no estrangeiro, nomeadamente o TEP, o TEC, o Teatro Nacional D. Maria II, A Barraca, o Bando, o Teatro da Graça, o teatro da Escola Politécnica, o Burgtheater de Viena, o Schauspielhaus de Zurique, o Kammerspiel de Hamburgo, além de também escrever bandas musicais para várias peças e séries televisivas. É igualmente autor da banda sonora de inúmeros filmes, tanto em Portugal como na Áustria ou nos Estados Unidos. Fora do seu catálogo de compositor, figuram ainda mais de meia centena de canções editadas em vários discos e CDs.
Com uma carreira que leva já mais de três décadas, Mário Laginha é habitualmente conotado com o mundo do jazz. Mas se é verdade que os primórdios do seu percurso têm um cunho predominantemente jazzístico – foi um dos fundadores do Sexteto de Jazz de Lisboa (1984), criou o decateto Mário Laginha (1987) e lidera ainda hoje um trio com o seu nome –, o universo musical que construiu com a cantora Maria João é um tributo às músicas que sempre o tocaram, a começar pelo jazz e passando pelas sonoridades brasileiras, indianas e africanas, pela pop e pelo rock, sem esquecer as bases clássicas que presidiram à sua formação académica e que acabariam por ditar o seu primeiro e tardio projecto a solo, inspirado em Bach (Canções e Fugas, de 2006).
Com uma sólida formação clássica, Mário Laginha tem escrito para formações tão diversas como a Big Band da Rádio de Hamburgo, a Big Band de Frankfurt, a Orquestra Filarmónica de Hanôver, a Orquestra Metropolitana de Lisboa, o Remix Ensemble Casa da Música, o Drumming Grupo de Percussão e a Orquestra Sinfónica do Porto Casa da Música. Tem tocado, em palco ou em estúdio, com músicos excepcionais como Wolfgang Muthspiel, Trilok Gurtu, Tcheka, Gilberto Gil, Lenine, Armando Marçal, Ralph Towner, Manu Katché, Dino Saluzzi, Kai Eckhardt, Julian Argüelles, Steve Argüelles, Howard Johnson ou Django Bates. Compõe também para cinema e teatro.
Carlos Azevedo define-se acima de tudo como compositor. Movimenta-se com igual à- vontade nos universos da música clássica e do jazz, escrevendo para as mais variadas formações desde o instrumento solista à orquestra – sinfónica ou de jazz. Tem sido um importante protagonista do movimento jazzístico portuense, tanto no campo educativo – associou-se à fundação da Escola de Jazz do Porto nos anos 80 e criou a primeira Licenciatura em Jazz do país, na Escola Superior de Música e das Artes do Espectáculo (ESMAE), em 2001 – como performativo – partilha com Pedro Guedes, desde 1999, a Direcção Musical da Orquestra Jazz de Matosinhos. Este projecto mudou o panorama do jazz para grandes formações feito em Portugal e mantém um dinamismo ímpar, graças às encomendas de novas composições e às colaborações com grandes personalidades do jazz internacional. Professor de Análise na ESMAE, Carlos Azevedo exerceu aí funções directivas como Vice-Presidente entre 2002 e 2011. Por outro lado, continua a co-dirigir a OJM, para a qual escreve composições e arranjos originais e onde se apresenta frequentemente como pianista. Integrou o júri dos Concursos de Composição Lopes-Graça, Cláudio Carneyro, da Póvoa do Varzim e Brussels Jazz Orchestra.
Tiago de Sousa Derriça nasceu em Lisboa no ano de 1986. Estudou no Conservatório de Música da Metropolitana, na classe de violoncelo, com Eugen Prochác, Peter Flanagan e João Pires. Paralelamente, estudou Composição, na Academia de Música de Santa Cecília, com o compositor Pedro Faria Gomes.
Realizou estudos de mestrado na Escola Superior de Música de Lisboa e na Universidade de Évora. Na primeira contou com a orientação de Carlos Marecos e, na segunda, teve como orientador Christopher Bochmann. É também licenciado em Composição pela Escola Superior de Música de Lisboa, onde estudou com António Pinho Vargas, João Madureira, Luís Tinoco e Sérgio Azevedo.
A sua música tem sido interpretada por diversos grupos de música de câmara, sendo este um género para o qual tem dedicado grande parte da sua produção. Por outro lado, tem escrito também para várias orquestras e coros, como a Albany Symphony Orchestra, Chamber Orchestra Kremlin, Menuhin Academy Soloists, Nova Orquestra de Lisboa, Orquestra Gulbenkian, Orquestra Metropolitana de Lisboa, Orquestra do Norte, Orquestra Sinfonietta de Lisboa, United Europe Chamber Orchestra, Coro Gulbenkian, Coro mpmp, Grupo Vocal Olisipo e Coro Ricercare.
Para além de regularmente interpretado em Portugal, o seu trabalho tem sido apresentado em vários países da Europa, nos EUA e na Rússia.
A sua produção tem focado também a música de cena, tendo colaborado com o Teatro da Trindade e com a encenadora Maria Emília Correia, escrevendo a música para a peça de teatro Não se ganha, Não se paga!, de Dário Fo. Foi também compositor e orquestrador da peça Uma Bizarra Salada, a partir de textos de Karl Valentin, estreada no Teatro São Luiz, com a encenação de Beatriz Batarda e a direcção musical de Cesário Costa. Compôs também para as peças Alice no Pais das Maravilhas e A Bela e o Monstro, encenadas por Paulo Sousa Costa e João Didelet, tendo estas sido apresentadas por todo o país.
Tem também trabalhado como orquestrador e arranjador, destacando-se projectos com Rodrigo Leão, os guitarristas Fernando Alvim, Piñeiro Nagy e Ricardo Parreira, a soprano Elisabete Matos e os cantores Ana Moura, Cuca Roseta, Katia Guerreiro, Mafalda Arnauth, Marco Oliveira, Raquel Tavares e Ricardo Ribeiro.
A sua música está editada em CD pelas etiquetas Centaur Records, CULTlabel, Deutsche Grammophon, Direcção Geral das Artes, HEVHETIA e Metropolitana.
É actualmente professor de composição e teoria musical na Academia de Amadores de Música, na Academia Musical dos Amigos das Crianças e na Escola Luís António Verney.
Pedro Caldeira Cabral é uma figura excepcional na paisagem da música erudita europeia actual. O repertório instrumental deste artista inclui praticamente todas as épocas e estilos da musica Ibérica e europeia. Da época medieval, renascentista, barroca, clássica, romântica, á música contemporânea, não esquecendo a musica tradicional portuguesa. Diretor, compositor, pesquisador e músico, começou a sua carreira profissional com a idade de 16 anos tocando vários instrumentos de cordas e sopro. O seu principal instrumento é a guitarra Portuguesa, na qual ele atingiu um alto nível de mestria. Desde 1969 procurou desenvolver como compositor, um estilo próprio, fundado na tradição solística da Guitarra Portuguesa, com incorporação de técnicas originais e elementos resultantes do estudo dos instrumentos antigos das tradições cultas e populares da Europa Mediterrânica, trabalhando com Karel Goyvaerts, Constança Capdeville, José Alberto Gil e Jorge Peixinho. Como intérprete tem alargado o reportório solístico da Guitarra, fazendo transcrições de obras de Bach, Weiss, Scarlatti, Seixas, entre outros e apresentado publicamente novas obras originais de autores contemporâneos. Tem realizado investigação na área da música tradicional tendo colaborado com o Dr. Ernesto Veiga de Oliveira na segunda edição de “Os Instrumentos Musicais Populares Portugueses”.
Desde 1970 tem dado na qualidade de solista concertos nas principais salas e festivais da Europa, Estados Unidos da América, Macau e Brasil. Pedro Caldeira Cabral tem efectuado conferências e seminários sobre temas musicais na Europa (França, Inglaterra, Alemanha, Suíça, Suécia e Turquia) e E.U.A. Fez a pré-produção e a direcção artística do Festival de Guitarra Portuguesa na EXPO 98. Em 1999 foi editado o livro “A Guitarra Portuguesa” de sua autoria, sendo esta a primeira obra monográfica sobre as origens e evolução histórica, estudo organológico, e reportório do instrumento nacional.
CONCURSO PARA COMPOSITORES EMERGENTES
A terceira edição do Festival CriaSons continuará a apostar na criação musical contemporânea, com a encomenda de obras inéditas a reconhecidos compositores do panorama musical português, que estarão inseridas em concertos por eles desenhados e que incluirão obras de compositores emergentes, selecionados em concurso. O Festival CriaSons III procurará, dentro desta aposta num formato que deu provas de sucesso e atração de públicos, fomentar uma dinâmica de ecletismo musical, de cruzamentos e interacções estéticas e artísticas. Derrubando os muros simbólicos que marcam fronteiras rígidas entre práticas diversas, estamos apostados em “tirar do gueto” a música contemporânea, granjeando-lhe fluência discursiva e visibilidade mediática, pré-condições necessárias para que almeje aos níveis de fruição e consumo de que já gozam outras artes contemporâneas (a nova-dança, o novo-circo, o teatro) e expressões artísticas urbanas.
O Festival CriaSons realizará, na sua III edição, cinco concertos em Lisboa – no Salão Nobre do Teatro de São Carlos – e outros dez em salas por todo o país e, ainda, em Espanha. Contaremos, como sempre, com excelentes intérpretes, entusiásticos parceiros destas novas criações.
ENQUADRAMENTO
O presente concurso destina-se a selecionar os cinco “Compositores Emergentes” que irão apresentar, ao longo do Festival CriaSons III, as suas criações originais, integrando cinco diferentes programas em quinze concertos.
ORGANIZAÇÃO
MUSICAMERA PRODUÇÕES
Rua Ovídio Martins nº 6
2855-355 CORROIOS
E-Mail: geral@musicamera.pt
ÁREA ARTÍSTICA
Música / Composição
GÉNERO
Música erudita
Critérios de inclusão
1. Compositores portugueses residentes no território nacional.
2. Compositores portugueses temporariamente domiciliados no estrangeiro por motivos académicos, laborais ou artísticos.
3. Compositores luso-descendentes com dupla nacionalidade devidamente comprovada.
4. Compositores de outras nacionalidades, residentes legalmente em Portugal, com domicílio postal no território nacional e portadores de Autorização de Residência outorgada pelo Serviço de Estrangeiros do Ministério de Administração Interna da República Portuguesa.
5. Poderão recandidatar-se compositores não selecionados em edições anteriores do concurso.
Condições de participação
Apresentação de um portfólio com 3 obras à escolha do candidato de entre a sua produção, sem qualquer limitação temática, estética ou conceptual e com total liberdade no que diz respeito a estrutura morfológica, enquadramento estilístico, formação instrumental e duração.
Não existe obrigatoriedade de que as obras sejam inéditas ou de que sejam escritas especialmente para apresentação neste concurso.
Comissão de Avaliação
Será integrada pelos cinco compositores residentes no Festival Criasons III (2020-21) – António Victorino d’Almeida, Carlos Azevedo, Mário Laginha, Pedro Caldeira Cabral e Tiago Derriça – e pelo Maestro Brian MacKay, que presidirá.
Critérios de Avaliação
Serão definidos pelos membros da Comissão, em plena liberdade. Da sua decisão não poderá haver recurso.
Procedimento de inscrição
A inscrição - simples e gratuita - concretiza-se pelo preenchimento e submissão da ficha de inscrição presente nesta página e envio das obras.
Estas devem ser anexadas no formulário de inscrição (ou enviadas por E-Mail em versão imprimível - PDF da partitura geral - e com referência auditiva - MP3 de suporte áudio gerado eletronicamente.
Também serão aceites gravações (áudio ou vídeo) de execução real, sempre acompanhadas pelas partituras em PDF.
Prazos
O concurso estará aberto de 1 de Maio a 31 de Maio de 2020.
A Comissão de Avaliação tornará pública a sua escolha no final do mês de Junho.
Distinções
A comissão escolherá um máximo de 5 compositores, a quem serão outorgadas as seguintes contrapartidas e distinções:
1. Os candidatos selecionados serão convidados a compor uma nova obra e coadjuvados no seu trabalho criativo pelo compositor cujo programa a sua obra integra. Esta deverá respeitar o dispositivo vocal / instrumental definido para esse programa.
2. Primeira Audição Mundial da Obra
A Primeira Audição Mundial da obra será integrada na programação do FESTIVAL CRIASONS III, com interpretação ao vivo a cargo da CAMERATA VOCAL E INSTRUMENTAL MUSICAMERA, conjunto de geometria variável formado por instrumentistas profissionais de prestígio, especialmente convocados.
3. Entrega de diplomas
Cada um dos candidatos selecionados receberá, no concerto de estreia da sua obra, um diploma comprovativo da distinção obtida.
4. Publicação discográfica e edição das obras
Todas as obras selecionadas serão gravadas em CD com distribuição internacional. Também se garante a edição em partitura das obras em estreia.
5. A Comissão de Avaliação reunirá de novo após conclusão do Festival para selecionar - pela qualidade da obra composta para o certame e análise multifacética do seu perfil profissional - um compositor de entre os cinco, que será convidado a integrar o painel de Compositores Residentes do Festival Criasons IV (que deverá decorrer no biénio de 2022 – 23).
O júri reserva-se o direito de, em determinadas circunstâncias, não selecionar nenhum candidato.
Considerações finais
Qualquer caso omisso no regulamento será decidido pela Comissão de Avaliação.
Qualquer disputa legal deverá ser dirimida na comarca de Lisboa, à exclusão de qualquer outro local. Quaisquer dúvidas que este regulamento possa suscitar deverão ser esclarecidas junto do secretariado através do e-mail – geral@musicamera.pt