Este espectáculo insere-se na programação de MUSICAMERA (criação em 2022, apresentações em 2023) explorando as efemérides em torno da celebração do aniversário de Debussy (160 anos do nascimento) e dos 120 anos de estreia da ópera Pélleas et Mélisande, de Maurice Maeterlinck e Claude Debussy.
Apostamos num conceito em que a obra prima de Debussy é, ela própria, protagonista de uma nova criação musical / teatral, permitindo a um público mais vasto a sua descoberta e fruição.
O espectáculo deriva, assim, da ópera, mas adopta uma atitude meta-discursiva, criando uma “história” da história, que não se confunda com uma perspectiva de “versão reduzida” ou fragmentada da ópera. O texto simbolista permite este tratamento e re-criação dramatúrgica.
Ao público é proposta uma viagem ao tempo da criação da ópera para assistir à querela entre Maeterlink e Debussy pela apropriação da história dos jovens amantes do ignoto e intemporal reino de Alemonde mas também pelos encantos de Mary Garden, a soprano que daria vida à personagem de Mélisande aquando da sua estreia e que permanece, a justo título, a sua mais famosa intérprete.
E é assim que, num vórtice espácio-temporal, nos perdemos entre a ficção e a realidade das questões que na vida realmente importam e eternamente nos confundem e estimulam.
A ópera Debussy e Mélisandes é uma criação de Cláudio Hochman (texto) e César Viana (música), um trabalho colaborativo de dois parceiros de múltiplos e celebrados projectos de teatro-musical. Na concepção do espectáculo participou ainda a cantora Natasa Sibalic.
Produção
O dispositivo cénico é flexível mas de grande riqueza visual.
Os cantores e bailarinos interagem com um agrupamento proto-orquestral, em palco, de 14 instrumentistas
Ficha Técnica
Autor-Libretista /Encenador (Debussy e Mélisandes) – Claudio Hochman
Compositor (Debussy e Mélisandes) – César Viana
Compositor e Libretista (Il campanello) – Gaetano Donizetti
Direção Musical – Brian MacKay
Conceito – Luís Pacheco Cunha
Cenografia/Figurinos – Marta Fernandes da Silva
Luz – Anabela Gaspar Produção – Mariana Silva Godinho e Élio Correia