PROJECTOS EM CURSO

TRAVESSIAS

UM PROJETO DE COOPERAÇÃO EUROPEIA

Este projeto é resultado de uma colaboração artística entre Musicamera Produções e o Ensemble Pulcinella, dirigido por Ophélie Gaillard, violoncelista e professora de renome internacional. Tem como objetivo promover o património cultural, arquitetónico, musical e linguístico e, em particular, desenvolver o repertório francês e português realizando encomendas de novas obras, promovendo e estimulando a investigação musicológica nestes dois territórios.

A organização desta Atividade é partilhada por duas estruturas: uma francesa – Pulcinella – a outra portuguesa – Musicamera Produções. 

O Projecto será desenvolvido em dois momentos principais – um primeiro, que terá lugar já no mês de Abril, com a realização, no Centro Cultural de Belém, de dois concertos, ensejo também para Master Classes em Lisboa e Castelo Branco.

O segundo momento desenrolar-se-á no âmbito do Festival e Cursos ZezereArts 2022, merecendo destaque nos textos que se seguem.

Por via do impulso da Temporada Portugal-França, o Festival ZêzereArts assume, nesta edição de 2022, o espírito e a letra desta importante troca cultural e artística, que evoca nas gerações mais jovens a vontade de se envolverem em grandes projetos europeus – um espírito orientado para a Europa dos povos e das culturas. Por isso esta edição do festival receberá a visita do Ensemble Pulcinella, um agrupamento barroco dirigido por Ophélie Gaillard, ela própria já presença assídua em anteriores edições deste certame. O colectivo junta-se ao Coro ZAVE (ZezereArts Vocal Ensemble), ao Coral sinfónico do Festival (mais de 80 coralistas) e ainda aos Professores dos Cursos ZêzereArts para proporcionar um conjunto de 4 concertos que enfatizam importantes cruzamentos na cultura musical de ambos os países. 

Serão apresentadas, entre outras, obras de Duarte Lobo (1565 – 1646), Marc-Antoine Charpentier (1643 – 1704) e Carlos Seixas (1704 – 1742), três gerações de criadores de música coral, bastante marcantes na sua época e ao longo dos séculos, que baseiam o seu trabalho em textos canónicos e transportando, desde sempre, uma mensagem cultural pan-europeia.

No âmbito formativo, o Festival organiza uma Academia de Música barroca, direcionada aos jovens profissionais do género, orientada pelos artistas do Ensemble Pulcinella, além da já habitual Master Class orientada por Ophélie Gaillard.

ABERTURA

Depoimento de Ophélie Gaillard

Há já vários anos que tenho o prazer de ser convidada para o Festival e Cursos do ZêzereArts.

Os sítios patrimoniais escolhidos para os concertos do Festival são todos excecionais, tanto pelas qualidades arquitetónicas como pela acústica. Tenho maravilhosas recordações de concertos no Convento de Cristo em Tomar e também no Mosteiro da Batalha, ícones do património mundial (UNESCO).

Tive também a oportunidade de descobrir jovens talentos apaixonados e motivados, nomeadamente violoncelistas formados por Catherine Strynckx, alguns dos quais se tornaram meus alunos e violinistas, alunos de Luís Pacheco Cunha e Elliot Lawson.

Muitos deles são atraídos pela cultura francesa e muito interessados ​​em aprender. Além disso, tenho desde a minha adolescência uma paixão pela cultura portuguesa e gostaria de aproveitar esta oportunidade do ano França/Portugal para aprofundar os meus conhecimentos e a minha prática, tanto da música clássica como da tradicional portuguesa.

Colaboro muito regularmente com artistas portugueses solistas e integrados no Ensemble Pulcinella e, desde que ensino na HEM em Genebra, tenho constantemente um ou vários alunos portugueses na minha turma, dos quais alguns já se lançaram numa carreira promissora (Simão Alcoforado é atualmente violoncelo tutti em Florença).

Estou muito apegada a esta ideia de transmissão de experiência e partilho esta preocupação com toda a equipa do ZêzereArts. É por isso que quero promover estes jovens artistas, como o quarteto Tejo, com o qual ofereço um programa.

A reciprocidade que implica este projeto conjunto e solidário, a confiança que me inspira uma estrutura como a Musicamera que organiza o Festival ZêzereArts, gerida por músicos e pedagogos, a valorização do património humano e arquitetónico dos dois países parecem-me responder às exigências e necessidades da construção da Europa de amanhã.

Ophélie Gaillard (violoncelista e professora na HEM, Genebra)

CONCERTOS NO CCB - Lisboa

Programa – “TREVAS E SAUDADE” – ENSEMBLE PULCINELLA

COUPERIN, François

[Paris, 1668 – Paris,1733] 

3 Lições das Trevas (3 motetes a partir do Livro de Lamentações de Jeremias)

para 2 sopranos e baixo contínuo (1714)                                                                                         

Primeira Lição

Segunda Lição

Terceira Lição

AMARAL, Miguel

[Porto, 1982] 

Quatro Lamentações para um Amor Perdido ( poemas de Sophia de Mello Breyner Andersen)

para (2 Sopranos, Guitarra Portuguesa, Violoncelo e Baixo Contínuo) (2022)                                                                                                

Prelúdio

Nunca mais

Ausência

Cada Dia

Casa Branca

OULMAN, Alain

[Lisboa, 1928 – Paris, 1990] 

O Canto Triste de Lisboa

para (Voz, Guitarra Portuguesa, Violoncelo e Baixo Contínuo)                      

Prelúdio

Meu Limão de Amargura, texto de Ary dos Santos

Fado Português, texto de José Régio

Com que voz, texto de Luís de Camões

Gaivota, texto de Alexandre O’Neill

OPHÉLIE GAILLARD (VIOLONCELO) & ENSEMBLE PULCINELLA

RAQUEL CAMARINHA - SOPRANO

ANA VIEIRA LEITE - SOPRANO

DANIEL DE MORAIS - ALAÚDE

CONSTANCE TAILLARD - CRAVO/ÓRGÃO

MIGUEL AMARAL - GUITARRA PORTUGUESA

Este programa explora novas ressonâncias entre os melismas intemporais das lições das trevas de François Couperin e o repertório tradicional do fado, revisitado pela escrita para instrumentos de cordas históricos. Uma perspetiva singular e inesperada que se inspira no trabalho sobre a retórica barroca do Grand Siècle do conjunto Pulcinella e no encontro com a vocalização própria da tradição do fado.

As letras hebraicas que introduzem cada verso das lamentações de Jérémie permitem que as vozes solistas esculpam uma melodia que pode elevar-se acima do abismo da dor de uma mãe, a virgem que perde o seu filho amado. Esses melismas suspensos parecem aprofundar o sentimento de perda e manter questionar o desespero. E é de facto desses “Ritos das Trevas” que a esperança cristã pode renascer.

 

CONCERTOS NO FESTIVAL ZÊZERE ARTS

Todos os concertos decorrerão no Convento de Cristo (Tomar), Mosteiro da Batalha (Batalha), Castelo de Ourém e outros locais de extrema importância histórica e impacto arquitetónico / patrimonial, característica que faz emana da própria genética do Festival, visando uma contaminação rica e harmoniosa do património material e imaterial – sons embutidos ​​na pedra. 

Tomar – Igreja de Nª Srª da Graça


Artistas
Ensemble Pulcinella – 2 violinos, viola, violoncelo, contrabaixo, orgão
ZêzereArts Ensemble Vocal
Director - Brian MacKay

Programa
Carlos Seixas (1704 – 1742) - Missa em sol m 

CALENDÁRIO

DATA

CIDADE

VENUE

PROGRAMA

3.04

Lisboa

Centro Cultural de Belém

‘Trevas e Saudade’

29.04

‘Do romantismo à criação no feminino’

Lisboa

Centro Cultural de Belém

20.07

Tomar

Festival ZêzereArts

Programme I 

23.07

Programme II

27.07

Programme III

29.07

Programme IV

Evento organizado no âmbito da Temporada Portugal-França 2022.

CONTACTOS

Rua Ovídio Martins, 6
2855-355 Corroios, Portugal
geral@musicamera.pt
+351 217 165 158

REDES SOCIAIS